Compositor: Beret
Se o amor fosse cego
Só nos apaixonaríamos pela escuridão
Chamamos de amor a mesma pessoa
Que tem o sobrenome necessidade
As coisas se quebram com golpes
Outras se encaixam pra sempre
Sou desse tipo de idiota
Que nem quer tentar
Me fizeram condizente com o mundo
Mas o mundo já não se lembra de mim
Melhor estar feito de pedaços de tinta apagada
Do que em cacos por você
Não quero que você me levante
Vai me oferecer a mão
Que seja apenas pra saltar comigo para o desastre
Para ser feliz
Vou aceitando que o problema é meu
Depois de culpar
E sou aquele que não pode te ter
Porque não acredita na eternidade
Hoje dizem eu te amo esperando um eu te amo
E isso é demonstrar
Se quiser saber quem vai salvar sua vida
Se olhe no espelho e você finalmente vai saber
Vivo a vida mais condicionado
Do que realmente em condições
Chamo de normal o que todos fazem
Sabendo que são mil erros
Coloco limites sem me conhecer
Sem saber aonde minha mente vai chegar
Somos humanos que, diante dos problemas
Às vezes, lutam como deuses
Obrigado por me quebrar em mil pedaços
Assim posso me ver melhor
Porque ninguém sabe quem somos por dentro
Até doer no exterior
A moeda caiu com a face para cima mais vezes
Do que eu
Gosto mais de você quebrada do que quando você se arruma
Assim você não mente pra mim, meu amor
Acabei eu mesmo sussurrando ao diabo
Que estava em meu ombro e se vai
Se estar sozinho é melhor do que mal acompanhado
A solidão já me acompanha
Não sei o que está mais vazio
A garrafa ou eu, não quero nem olhar
Talvez, o canto da gaiola em que você vive
Pode ser chamado de liberdade
Tenho mais medo por estar sozinho
Comigo mesmo do que com você e sei
Que pelo menos hoje tenho o controle da desordem
Que eu mesmo criei
Se sou uma bala perdida
Deve ser porque sou um suicida
E a vida me concede a mesma pistola da qual saí
Para voltar a me matar outra vez